Rio -  Como tem demonstrado fartamente a realidade, não é promovendo guerras que solucionaremos ou sequer amenizaremos o flagelo social gerado pelas drogas.
Pesquisas têm demonstrado que três aspectos são essenciais na formação do sujeito para que se torne cidadão pleno de suas capacidades: o sentimento de pertencimento a seu núcleo social, baseado numa relação de direitos e deveres e intermediado por alguém que estabeleça limites, facilitando o aprendizado do indivíduo em lidar com suas frustrações e conquistas.
Tendo em vista que a escola se tornou o principal espaço de socialização da criança, particularmente nos grandes centros urbanos, fica evidente a necessidade de se promover corajosa reforma na estrutura de ensino do nosso país, preocupando-se menos em transmitir conteúdos e mais em formar cidadãos, como já preconizava Paulo Freire com as ‘Escolas Cidadãs’.
Um belo exemplo de que é possível aconteceu há dois anos, durante o processo de reformulação da Educação Infantil em Vitória, quando a prefeitura consultou as categorias integrantes do coletivo escolar, dentre elas os alunos, com idades entre 3 e 6 anos.
Nesse sentido, não é por acaso que pesquisa da USP apontou as escolas como os principais pontos de difusão e comercialização de drogas no Brasil, sendo que estudantes de escolas particulares consomem 40% a mais de drogas ilícitas que os das públicas.
Uma política pública responsável e coerente para lidar com a questão das drogas e com a construção de um mundo mais justo, ético e solidário tem que necessariamente estimular a promoção efetiva da inclusão social do indivíduo, tornando-o um cidadão pleno de direito e deveres desde a mais tenra idade.